Não é raro nem menos fisiológico que nós tenhamos mais fome no inverno. A redução da temperatura faz o corpo trabalhar mais para mantê-lo aquecido e aumenta a taxa metabólica basal, a quantidade de energia para a manutenção básica do corpo, em 5 a 15%. O tremor causado pelo frio, por exemplo, pode elevar a queima de calorias em 2 a 3 vezes. Países em que o frio é muito intenso costumam ter aquecimento em todos os ambientes fechados. Não é o caso do Brasil. Na maior parte do país, as temperaturas não chegam a um frio tão intenso nem é comum a calefação. De qualquer modo, não é interessante usar o friozinho como desculpa para comer desbragadamente. Se formos ser bem coerentes, podemos elevar as calorias em 5% em dias frios, né?
O site de IA DeepSeek sugere o seguinte:
“A alimentação no inverno deve priorizar refeições quentes, cozidas e ricas em nutrientes que estabilizem o açúcar no sangue, fortaleçam a imunidade e mantenham o corpo aquecido. Dietas tradicionais de inverno (como ensopados, mingaus e vegetais assados) atendem naturalmente a essas necessidades.”
Eu tendo a concordar com ele. É claro que essas refeições devem fazer parte de um plano alimentar que atenda suas necessidades e objetivos, levando em conta sua taxa metabólica basal, seu estado de saúde e suas atividades diárias.
No Brasil, o milho e suas preparações derivadas são mais populares a partir de junho. A temporada de colheita desse cereal se estende até setembro. Lembrando que quanto mais integral nas preparações, melhor.
Sopas e caldos são também bem populares no nosso país, como sopa de legumes com frango, sopa de abóbora com carne seca, caldo verde, caldo de feijão e canja. É importante sempre caprichar nos legumes e no azeite, como gordura de adição.
Vegetais, como repolho, brócolis, cenoura, couve-flor com azeite e especiarias podem ficar deliciosos assados. Eu sempre faço. No inverno, eles podem inclusive substituir as saladas cruas.
Mingau de aveia e canjica de milho branco podem ser sugestões de preparações nutritivas e quentinhas. Há também receitas low carb de mingaus de farinha de amêndoas, farinha de linhaça, farinha de coco, com leite de amêndoas ou côco. A propósitos, é sempre bom termos na alimentação, inclusive nos lanches, as sementes e as nuts, alimentos ricos em vitaminas, minerais, fibras e antioxidantes. A sugestão é de cerca de 30g por dia.
Não podemos esquecer das frutas e seu aporte em vitaminas, minerais e fibras. As frutas mais frescas no inverno são banana, caju, carambola, caqui, kiwi, laranja, maçã, mexerica, morango e uva.
Uma dica importante sobre o café. Embora seja quentinho e dê uma sensação de conforto térmico, o excesso de cafeína pode levar à desidratação e aumentar o tremor. Chás de ervas, como camomila, hortelã, erva-doce e gengibre podem ser boas opções para aquecer e hidratar o corpo. Tampouco é bom que se consumam muitos doces e carboidratos refinados que elevam muito a glicemia e levam a um maior consumo de alimentos sem necessidade.
Enfim, sejamos saudáveis em todas as estações. Quer planejar sua alimentação de maneira adequada e personalizada? Procure um nutricionista! Até a próxima!
Por: Glau Gurgel (Instrutor e Nutricionista Body Mobility Studio)